segunda-feira, 24 de maio de 2010

CIGANOS

Os Ciganos pertencem a uma raça unida, com costumes e hábitos pouco comuns.


Na Europa apresentam um único idioma, com pequenas variações, devido a assimilação de certos caracteres próprios da região em que vivem.



É um povo peculiar, não somente quanto ao idioma, mas também quanto as características físicas.

São na maioria altos, de pele bronzeada, dentes alvos, olhos grandes e negros, cabelos negros e enrolados.


Encontram-se concentrados, em particular na Europa na parte Ocidental da Ásia da África, apesar de estarem espalhados por todo o mundo.


Tendo surgido na Europa, atualmente são mais numerosos na Hungria, Romênia, Turquia, Espanha, Inglaterra, França, Alemanha, Itália e alguns grupos com seus clãs no Brasil.


Por praticarem quiromancia, foram excomungados pelo Papa Martinho V e expulsos da região.


Sua religião é singular, possuem uma crença regional misturada com velhas crendices, comuns a várias regiões da Europa.

Povo que pelos seus mistérios, pela beleza de suas roupas e costumes, sempre foi alvo de nossa curiosidade.


As cores para o Povo Cigano têm um significado muito especial e cada uma tem seu valor próprio, primando sempre pelas cores vivas que emanam maior vibração.


Os Ciganos não simpatizam com a cor preta e a usam o mínimo possível, salvo se for de fundo ou que não ocupe lugar de destaque.


As Ciganas mantêm os pés sempre descalços, em contato direto com a terra, para assim se destituírem de qualquer possível energia negativa e absorvem a energia positiva e a bem-aventurança da mãe terra, de quem são filhas.


O Povo Cigano é assim, fascinante.

É um povo que não conhece fronteiras e são chamados “ filhos do vento “, são o “Povo das Estrelas “.


Há milênios eles vem cumprindo sua missão na terra, respeitando e reverenciando a mãe natureza, trocando e passando conhecimento do seu mundo mágico e encantador.


Imaginem no passado a vida dos Ciganos... as estradas precárias por onde transitavam com seus vurdóns, sujeitos as condições climáticas, o comboio enfrentava a tormenta da chuva e do frio, as carroças tombadas pela fúria dos ventos, ou as rodas ficavam atoladas na lama.

Durante a calmaria, tudo era festa.

O Povo Cigano, ao redor da fogueira cantando e dançando, ao dançar os ciganos expressam sentimentos de alegria, poesia, romantismo e felicidade.


Os Ciganos adoram dançar, a dança nasce com eles no momento em que abrem os olhos para enfrentar a vida.


Dançam ritmos e sons tradicionais, produzidos pelas guitarras, violinos, violões, acordeões, címbaios, castanholas, pandeiros, palmas das mãos e batidas nos pés, que aprendem desde cedo com parentes e amigos nas festas dos acampamentos.


Quando dançam o fazem com a alma, com o coração, a dança é uma alegria contagiante e uma vivacidade única.


Normalmente, procuravam acampar próximo aos rios, de onde podiam colher água potável para cozinhar, beber, tomar banho, lavar as roupas.

Levam consigo a linguagem da natureza, a premonição, a mística de suas proximidades com os céus, com a lua, o sol e com a terra.

O Povo Cigano por sua própria natureza, é um povo rico, cheio de felicidade e alegria.


São filhos da natureza e a chuva, o rio, o sol, a lua, as matas, o ar e a terra são parte integrante de suas vidas.


A liberdade é um dos tesouros mais significativos desse povo, possuem uma espiritualidade inesgotável aliada ao respeito aos seus costumes.


A devoção á Santa Sara Kali é o aspecto mais importante e Universal da religiosidade cigana.

Todo Cigano tem em sua casa uma imagem de Sara Kali, para pedir proteção.

A ela oferecem frutas, flores, incensos, velas e fazem muitas orações.


Em, Saintes Maries da la Mer no sul da França, a padroeira universal do Povo Cigano é festejada no dia 24 de maio.

Ciganos na Umbanda

Poucos tiveram contacto com os maravilhosos Ciganos do Povo do Oriente.

O Povo do Oriente nos abençoa com a presença de espíritos de diferentes culturas.

Tal e qual os Ciganos da Terra, os do espaço tem idiomas diferentes, não só o espanhol (o mais conhecido), e Clãs diferentes mostram diferentes hábitos e alimentos.


Para realizarmos uma festa que homenageie os ciganos precisamos estar atentos aos ciganos que trabalham na Casa Espiritual.

Consulta-los para montar uma mesa que possa expressar nosso carinho e retribuição pelos trabalhos que realizam durante o ano.


Sabendo que a padroeira dos ciganos é Santa Sara, e seu dia de homenagem é 23 e 24 de maio, a figura central da mesa é a imagem dela que deve ser acompanhada do munro, pão com sal e uma vela azul.

As frutas frescas ou secas participam com o simbolismo de cada uma delas.

Os ciganos dizem que o sabor adocicado das frutas está ligado a um bom destino.

Por isso, têm o costume de comer frutas e alimentos derivados delas, assim como beber vinhos licorosos ou tomar banhos regados a açúcar e mel para atrair sorte e quanto mais doce for a fruta melhor.



Significados de Algumas Frutas em Rituais


Romã: é uma fruta bastante antiga, usada em chás e essências como atrativo de dinheiro e felicidade. Se utilizada em banhos ou talismãs, garantem fertilidade.


Damasco: afrodisíaco, é originário de paises mediterrâneos. A cor laranja-vivo traz vitalidade e fortalece a energia sexual. Os ciganos costumam transformá-la em óleo aromatizante para incrementar o sexo


Melancia: tem a ver com a prosperidade, abundância (representada pelas sementes) e fertilidade (por causa da cor de seu interior)


Morango: também bastante empregados nas poções de amor. A cor vermelha e o sabor marcante fornecem energia necessária para fisgar o coração do amado. Ainda é usado para curar males como a desilusão amorosa.


Figo: potente estimulante sexual, ainda usado para combater depressão e falhas na memória e ansiedade.


Pêra: uma das frutas prediletas dos ciganos. Está ligada à imortalidade e à boa saúde. Também traz prosperidade, por causa da cor amarela.


Uvas: simbolizam a amizade e a prosperidade. Os povos ciganos costumam comer doze uvas no Reveillon - uma para cada mês do ano - é tradição se sua própria cultura, assim como o hábito de enfeitar a mesa de Natal com frutas secas.


Maçã: está presente em todos os rituais ciganos, que incluem essa fruta vermelha em perfumes, banhos, óleos e poções. Nas festas de casamento as mesas devem ser enfeitadas com maçãs, que simbolizam o amor e a paixão.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Yansã


Iansã


:: Adília Belotti ::


Desde que conheci Sophia de Mello Breyner Andresen, mergulho todos os dias neste mar encantado de que ela fala.


Os versos e a voz de Maria Betânia cantando as "senhoras" divinas, Nanã, Oxum, Iemanjá, têm me feito companhia de manhãzinha, são eles que me acordam...


O CD "Mar de Sophia", homenagem à poetisa, é belíssimo. Você com certeza vai gostar também. Mas preste atenção quando a cantora invoca Iansã...


"Vamos chamar o vento", Dorival Caymmi sussurra com a voz de Betânia, "Vamos chamar o vento"...


Depois, empresta a voz para Sophia, poeta do mar cantar um ser fabuloso: a Procelária.


"É vista quando há vento e grande vaga


Ela faz o ninho no rolar da fúria


E voa firma e certa como bala.




As suas asas empresta à tempestade


Quando os leões do mar rugem nas grutas


Sobre os abismos passa e vai em frente




Ela não busca a rocha, o cabo, o cais


Mas faz da insegurança sua força


E do risco de morrer seu alimento




Por isso me parece imagem justa


Para quem vive e canta no mau tempo".




Uma ave, uma mulher, ou todas as mulheres que vivem e cantam no mau tempo.


A história de Iansã Oiá, literalmente, "aquela que rasga", e que eu reconto aqui é para elas:


Iansã Oiá tinha um pai adotivo e vivia com ele na mata.


Ele era o maior de todos os caçadores.


Um dia, morreu e deixou Oiá muito triste.


Ela decidiu que queria fazer uma homenagem para o pai.


Embrulhou seus pertences de caça num pano, preparou suas iguarias favoritas.


E dançou e cantou por sete dias, espalhando seu vento por toda parte e fazendo vir todos os caçadores da terra.


Na sétima noite, embrenhou-se na mata e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de seu pai.


Olorum, que sempre vê tudo, ficou comovido.


Fez da jovem Iansã guia dos mortos no caminho sagrado, Orum Aiê e mãe dos espaços dos espíritos.


Fez de seu pai, Odulecê, um orixá.


E do gesto de Oiá, o ritual ao qual todos os mortos têm direito: comidas, cantos, danças e um espaço sagrado...




Iansã teve muitos homens e de cada um ganhou uma coisa importante:




De Ogum, o ferreiro divino, ganhou nove filhos e o direito de usar a espada para defender-se e defender os outros;


De Oxaguiã, o jovem construtor, ganhou um escudo para proteger-se dos inimigos;


De Exu, o mensageiro, ganhou o direito de usar a magia e o poder do fogo para realizar desejos;


De Oxóssi, o caçador, ganhou o saber da caça para alimentar seus filhos;


De Logun Edé, o senhor das matas, ganhou o direito de tirar das cachoeiras os frutos d' água para seus filhos;


Com Xangô, o juiz, viveu o resto da vida e ganhou dele o poder do encantamento, o posto da justiça e o domínio dos raios.




Um dia, houve uma festa, todos os orixás estavam presentes.


Omulu-Obaluaê, o temido orixá das doenças, chegou vestido de palha. Ninguém o reconheceu e nenhuma mulher quis dançar com ele.


Mas eis que, de repente, Oiá-Iansã entra na roda e atrave-se a dançar com o Senhor da Terra.


E tanto girava que levantou o vento, e o vento descobriu a palha de Omulu.


Todos puderam ver o quanto ele era belo.


E o reverenciaram.


Ele ficou tão grato que fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos, Oiá Igbalé, a condutora dos eguns, os espíritos dos mortos).


E ela dançou de alegria a sua dança que convoca o vento.




As filhas de Iansã devem ser assim, apaixonadas, amantes dos temporais, amazonas de ventanias...

Leia mais histórias dos orixás no livro "Mitologia dos Orixás", de Reginaldo Prandi.

"Preto-velho" na Cultura Brasileira e na Umbanda

"Preto-velho" na Cultura Brasileira e na Umbanda por Alexandre Cumino


Pai Antônio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se esta­be­leceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta "linha" para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.


O "Preto-velho" está ligado à cultura religiosa Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos for­madores de sua liturgia, representa uma "linha de trabalho", uma "falange de espíritos", todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.


São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas com Pai João e Vó Maria, por exemplo.


Milhares de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho desper­sonalizado do elemento individual valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico "preto-velho". Muitos até dizem "nem tão preto e nem tão velho" ainda assim "preto velho fulano de tal". A falta de informação é a mãe do preconceito, e, no caso do "preto-velho", muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor do "preto-velho" dentro das mesmas.


Preto é Cor e Negro é Raça, logo o ter­mo "preto-velho" torna-se característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria "Negro Velho", "Negro Ancião" ou ainda "Negro de idade avançada" para identificar o homem da raça negra que encontra-se já na "terceira idade" (a melhor idade). Por conta disso alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro da imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.


Alguns preferem chamá-los apenas de "Pais Velhos" o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se auto-afirmar "nêgo véio" e ex-escravo; talvez assim se mantenham para que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa fé.


O "preto-velho" é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral.


No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do "preto-velho" pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam " com estas coisas" pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo. Não existe uma Umbanda "boa" e uma Umbanda "ruim", existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os "Preto-velhos", todos fazem o bem sem olhar a quem, caso con­trário não é de fato um "preto-velho", pode ser alguém disfarçado de "velho-negro", o "preto velho" trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.


São espíritos que se apresentam des­ta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência diferente. Os pretos velhos trazem consigo o "mistério ancião", pois não basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.


Quanto menos valor se dá a forma, mais valor se dá à mensagem, e "preto-velho" fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouví-lo, parece-nos ouvir na língua Yorubá a palavra "Atotô", saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: "silêncio".


Nas culturas antigas o "velho" era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas. Algumas tradições religiosas man­têm esta postura frente o sacerdote mais velho, trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.


Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.


Por tudo isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia da libertação dos es­cravos eu os saúdo: "Salve os Pretos Velhos! Salve as Pretas Velhas! Adorei as Almas! Salve nosso Amado Pai Obaluayê, Atotô meu Pai! Salve nossa Amada Mãe Nanã Buroquê, Saluba Nana!"


Usamos para eles velas brancas ou bicolores, metade preta e metade branca, tomam café e fumam cachimbo.


Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Hoje e sempre, eu quero:

Hoje e sempre, eu quero:



Tempo para pensar antes de falar;


serenidade para agir depois de falar;


perseverança para continuar agindo depois de começar;


humildade para reconhecer que preciso de outras pessoas;


sinceridade para falar o “não” que preciso falar;


lealdade comigo mesmo,


para não me comparar com ninguém;


e fé na medida da razão, para eu continuar fazendo,


sem esperar que qualquer coisa caia do céu sem o meu esforço.






“Assim, podemos seguir confiantes,


certos da vitória sobre nós mesmos,


sobre as nossas dificuldades em entender,


o porque de certas situações.”






Quando não há resposta,


devemos seguir trabalhando,


certos de que, no devido tempo,


tudo será esclarecido, elucidado


e concluído.






Assim, compreender que a felicidade


é a recompensa natural,


dos que insistem em fazer tudo direito,


mesmo quando todos insistem em fazer errado.






“Somos os construtores dos nossos sonhos,


responsáveis pelos nossos passos.”


O que semeia, o que planta e o que vai colher.


Por isso, semeie amor,


por onde você for.